segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Então...


Enquanto a água caía demoradamente, prazerosamente, minuciosamente por cada extremidade do meu corpo, cada curva, eu percebia que nem sempre a senti assim…

Julgo que não fui eu quem descobriu o meu corpo, talvez ele é que se tenha dado a conhecer, em momentos banais como aquele simples ato de tomar banho, ou passar um creme pelo corpo, ou simplesmente pelo prazer de se olhar, e ainda assim sei que esconde muitos segredos.

Desde os tempos em que tinha quase vergonha de me olhar, de perceber até hoje em que o prazer de me deter em partes do corpo que me excitam só de olhar, vai um longo caminho de aprendizagem. Aprendi a gostar de mim, a apreciar-me, a tocar-te, a sentir os meus impulsos, a sentir o prazer a brotar…

Antes o banho era um ato rotineiro, um ato de higiene e só, mas à medida que o tempo passa, vamos descobrindo que é um local de reencontro comigo, contigo...Enfim, é um local de culto quando a alma anda separada do corpo, é um momento de permanente descoberta, porque tudo ali sou eu você e nossas mãos.

Há coisas que não se aprendem, vão-se adquirindo com o tempo, não se ensina a atingir um orgasmo, não se ensina a amar, não se aprende o prazer, tudo é o sentir, a maturidade, a entrega, o desprendimento, a simplicidade ensina-nos que o que mais prazer nos dá, é muitas vezes parte de nós…

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