terça-feira, 26 de agosto de 2008

Ontem.



Nunca hei-de esquecer aquele olhar…Foi como uma flecha!
Senti observada por aquele homem, me deu um prazer imenso, quase pecaminoso.
Homenagem.

Ah, o pecado!

Viva o pecado

Que esconde em si

A mais casta virtude.

Pequemos todos, então,

Pois a alternativa

É sermos todos pequenos e vãos.

Deixemos correr

Mãos sobre nádegas

E olhares incestuosos

Sobre nossas próprias amantes.

Degolemos padres e pastores(que também pecam, só que pecam escondidos)

Pelo horror de terem inventado

As velhas beatas que nunca souberam pecar.

E pequemos sem culpa

Porque culpa e pecado

Não sabem dançar um maxixe,

Só valsas vienenses.

Quando muito!O pecado é belo,

Fulgurante e molhado;

Feito para ser deliciado

Como outra língua em nossa boca.

Fiquemos apenas com a angústia

Do pecado mal feito

Ou do jamais cumprido.

Pequemos o aqui e no agora

O pecado doce

Da quase-castidade abandonada.

Sem o pecado

Não acredito na sinceridade de Deus.

Paulo Mont'Alverne



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